terça-feira, 30 de agosto de 2011

O Verde lá fora...

Existe um encantamento do olhar através de uma janela.
Os vidros escancaram os tons de verde que se imortalizam por ali.
Folhas ao vento. Galhos em som. 
E o céu brincando de moldura.
Os pássaros passeiam pela janela num chamado de vida e alegria.
E o observador vai alegrando a alma de tantos jeitos
que a janela vira um espaço aberto para seus próprios vôos.
Vôo solo. Estranho ser. Sem penas e sem saber cantar.
Que se aventura no céu e brinca de ser outra coisa.
Brinca de ser o verde lá fora...

Para reletir!

" Pergunta-me qual foi meu maior progresso? Comecei a ser amigo de mim mesmo."
                                                                                               Sêneca

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Meu Gato!!!!!!!

Há muito tempo... Exatamente há sete anos atrás, ganhei um gato. Ou melhor, há sete anos atrás a minha filha ganhou um gato. Chegou bem pequeno, vesguinho, olhos azuis, numa linda mistura de siamês e qualquer outra coisa... Ficava fazendo xixi no jornal até descobrir como pular a caixa de areia. Amava escalar a rede de proteção. Amava papel. Enquanto alguém lia o jornal ele ficava por ali, batendo com a patinha.... Foi crescendo e arranhando o sofá, fazendo xixi no tapete e se enroscando nas minhas pernas. Mordia e arranhava todo mundo, quando provocado em brincadeiras de puxão e cócegas...  Menos eu. Nunca me arranhou, nunca mordeu... Dormia no meu colo e me amava. Me olhava com amor. E eu passei a amar aquele peludinho vesgo que, ao longo de sua vida, fez xixi em todos os meus tapetes. E eu repetia o mantra: "banheiro não é ligar de gatinho... tapete não é caixinha de areia..." Ele nunca me ouviu. Só fazia o que queria. Tomava água na torneira e comia o sachê de comida porque miava até ser atendido. Depois dormia nos meus pés, no meu colo ou tão perto de mim que, infelizmente, pisei nele inúmeras vezes... Ele olhava para mim e seguia me segunido... Eu brigava, reclamava e lavava tapetes, incessantemente. E eu descobri que ele era meu dono. Porque gato é assim. ele esfrega o rosto em ti e te marca como posse. Eu alimentei, amei, cuidei e o que recebi de volta? Parceria, amor, carinho, conforto na doença, lambida nas lágrimas e um afeto incondicional. Recebi a parceria de um amigo. Aquele tipo de amigo que está ali, gruda em ti, no silêncio do amor. E, no mesmo mês que o meu gato Gaspar nasceu, lá em 2004, morreu. Dia 31 de julho. Primeiro ele fez uma coisa inédita. Pela primeira vez na vida saiu de casa. subiu o muro e foi embora. Voltava para comer e sumia de novo. Até que não voltou. Me chamaram. Reencontrei o meu parceiro, fraco e sem força. Levei ao veterinário. Ele aceitou tudo que fizeram com ele. Até que deitou na minha mão, num último momento de vida e amor. Aquele amor que trocamos ao longo destes anos. Recebi meu gatinho de estimação dentro de um saco de lixo. Sem cuidado, sem carinho. Senti uma dor tão profunda que meu peito doía mais do que posso descrever. Peguei no colo. Abracei. Chorei e solucei. Embalei no tapete preferido e... Enterramos nosso gato no jardim, embaixo da minha Acácia cheia de flores amarelas e perfumadas. Enterramos. A Laura buscou uma pá e começamos a tarefa de abrir um buraco. A Luiza estava ali com toda a sua dor, a Laura com toda a sua dor e, até a minha mãe, que sempre fez de conta que não se importava muito com ele. Enterramos debaixo de uma chuva fina e fria, que representava exatamente aquele momento. Entre os pingos gelados da chuva e as lágrimas que se esvaiam de dentro de nós. Me sentia daquele jeito. Gelada, com frio e desamparada. Meu Gato morreu. E meu coração ficou em pedaços...