quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Minha janela vê!

Minha janela vê além do outro lado da rua.
Passa as casas, os prédios, as árvores...
Segue longe, a minha janela, bem além.
Passa os jardins, as calçadas movimentadas e o céu azul.
Segue pelo rio até o mar.
Minha janela corre o mundo em instantes.
E volta ao meu olhar...

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Breve vida!

Sair de casa é sempre desafiador em uma grande cidade. São tantos carros, tantas pessoas, tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Nossa atenção se pulveriza. Aviões pelo céu, em seus ruidos ensurdecedores. As buzinas abafando todos os outros sons. As pessoas não falam, gritam. Os passos são firmes. Tudo faz barulho. E uma simples caminhada pela Enseada de Botafogo ganha um ar de aventura. O tempo para atravessar a rua... Quanto tempo...  Os carros que insistem em não parar no sinal vermelho. E o céu azul espetacular, o mar espelhado, seguem esperando, do outro lado, o meu olhar, quase exausto. Cansa esta corrida de obstáculos. E fico com saudade da zona rural de Porto Alegre, com toda sua calmaria e silêncio. Os passos das pessoas, os latidos dos cães, o assovio do meu vizinho passarinho... E a beleza e encantamento desta cidade maravilhosa fica nebulosamente escondida pela quantidade de gente que se esforça em estragar tudo isto aqui... Claro que não dá para andar de carro sem fazer barulho. Mas precisa buzinar tanto? E os gritos? Os atropelos? A agitação quase natural de quem nem enxerga mais a beleza do entorno? Sair de casa é uma aventura desafiadora quando precisamos nos armar de coragem para atravessar a rua, nos protegendo de homicidas em potencial. E fico buscando a gentileza das pessoas. Um pouco de alguma forma de delicadeza. Por favor! Onde está? Não é possível que estas coisas sejam esquecidas... O dia está espetacularmente lindo. Claro. Temperatura amena, com um vento que sopra do oceano, delicado, nos cabelos... E as pessoas apressadas, nem percebem. Tropeçam na falta de sentido que estão dando às suas vidas. E, é possível perceber isto em uma cidade grande, mais do que em cidades menores. Apesar de que este é um mal da era. Esta era de maluquices extremas, da eterna falta de tempo para as pequenas e leves coisas da também leve e... Breve vida!

sábado, 18 de agosto de 2012

Prazer nas pequenas coisas...

Quanto prazer nas pequenas coisas... Sair de casa bem cedinho... E o mar estava ali, à nossa disposição. Em tons de azul intenso brincando com os tons do céu. Um tempo dedicado para olhar tudo isto. Um suspiro profundo. E a certeza de ser feliz, nestes momentos. Café no Cafeína, com um pão indescritível. Caminhada por Copacabana e uma feliz descoberta: "Baratos da Ribeiro", um sebo charmoso, muito charmoso e, além do charme, cheio de relíquias maravilhosas. Encontrei o Garcia Lorca, depois de muita busca. Estava lá, pela bagatela de 12 reais. Bons livros, em estado perfeito, por preços mais perfeitos ainda. Quem não conhece, vá. Vale muito. Vale a ida, a descoberta e, principalmente, todo o tempo dedicado ao garimpo. Encontrei coisas preciosas. Depois desta feliz descoberta, meu coração feliz seguiu à passos lentos até a beira da praia. Cheia. Samba. Cantoria. Criançada. Depois da caminhada demos aquela parada estratégica no Joaquina, para comer bem, muito bem. Olhar o mar. Contemplar. Ouvir os sons. Ouvir a própria respiração... O que a vida poderia me oferecer melhor do que isto? Prazer nas pequenas coisas. E as pequenas coisas grandiosas, quando usufruimos cada minutinho delas... 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Como a nossa vida é...

Como nossa vida é? Como nossa vida tem sido? Recebi uma série de mensagens e comentários sobre o que escrevi anteriormente. E, na maioria deles as pessoas me disseram que a sobrecarga está em se reinventar diariamente. Ser além do que se é verdadeiramente. Ou, nas palavras do meu querido amigo poeta Carlos Pereira, "abdicamos de tantas coisas para nos tornarmos o que somos que no final de tudo já não sabemos quem somos". Como assim? Este mal é meu, teu, nosso? Como a nossa vida seria se estivéssemos prestando atenção nela? Porque esta sobrecarga foi colocada por quem? Por nós? Quem exige mais de nós do que nós mesmos? Quando abdicamos, abdicamos por quem? E por que? Depois de ler todas as mensagens fiquei pensando no quanto desperdiçamos... Quando imaginamos que a sobrecarga é de fato dolorosa, ou sobrecarga... Uma senhora bem objetiva, em um café, hoje de tarde, depois de ser muito mal atendida me disse: " filha, as coisas são do jeito que são..." e conformada com nem sei bem o que ela seguiu em passos lentos. Eu só conseguia pensar no que seriam "as coisas" e no " por que seriam como são". Estar inconformada é um estado de espírito constante. Estar em dúvida e precisar mudar a todo instante faz parte de mim desde sempre. E, na verdade, eu não sei quem eu sou. E nem sei se quero saber. Mas sei que não abdiquei de nada. Fiz escolhas. Com toda liberdade que tive para fazê-las. Em cada escolha tive a oportunidade de ficar satisfeita ou não, de me arrepender ou não. Mas eu as fiz. Cada uma delas. Sou em parte, fruto do que escolhi e, em parte, resultado do que tento transformar. Em mim, em todas as coisas... Quando penso no peso de sermos o que querem que sejamos, penso na decepção que podemos causar aos outros. Posso não ser a filha que minha mãe sonhou. Posso não ser a mãe que minhas filhas sonharam, posso não ser uma porção de coisas. Mas, ao mesmo tempo, posso me reinventar, com todas as possibilidades de aprendizado. O que vi dos outros. O que vi de mim. O que sonhei. O que frustrei. E, posso, amanhã, pensar completamente diferente, porque alguém com argumentos poderosos pode me convencer do contrário. E, talvez aí esteja uma das maravilhas da vida... As inúmeras possibilidades que se apresentam diante dos nossos olhos. E com elas? Sim, com elas decidimos o que fazer. Vivê-las, ignorá-las... Ou até ficar por aqui, abrindo o coração em divagações e dúvidas... 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Como nossa vida poderia ser...

Como nossa vida poderia ser caso não estivéssemos sobrecarregados pela necessidade adicional e dolorosa de sermos nós mesmos. Seria uma indagação? Sim! E uma indagação do Alain de Botton, no seu livro "Religião para Ateus". Desde que li fiquei com a frase martelando a minha cabeça. E a sentença virou uma pergunta. Que virou uma instigante dúvida existencial, acompanhando outras tantas... Mas, fazer o que? Como poderia ser a nossa vida se pudéssemos nos reinventar diariamente. Porque acordamos com os compromisssos assumidos na noite anterior. E com a carga que carregamos ao longo dos anos. Aquilo que somos mais aquilo que pensam que somos. Como se isto não bastasse,e ainda tem aquilo que desejamos ser. Será? Bom, na dúvida resolvi despejar por aqui todas as minhas incertezas de hoje. Digo, HOJE, porque é bem possível que elas mudem. Sou um pouco assim. Além da necessidade de ser "eu mesma",tenho a necessidade adicional de entender porque preciso mudar a todo instante. PRECISO é o termo certo. Porque uma insatisfação absurda toma conta de mim quando as coisas ficam muito iguais. Sabe aquela necessidade da vida ter um "toque" especial todos os dias? Pois é, compartilho disto. Preciso fazer isto para o dia valer a pena. Não são grandes feitos, mas as pequenas coisas... Aquelas coisinhas que amenizam a sobrecarga de sermos nós mesmos... Aquilo que esperam de mim? Ok! Dei conta. Espero. Mas o que eu espero de mim? O que tu espera de ti? Como poderia ser a nossa vida caso não estivéssemos tão preocupados em prestar contas? Não é só fazer o que quiser. Não, isto é irresponsabilidade. É fazer aquilo que se deseja, em quase todos os momentos. Quase... A vida poderia ser mais leve se, em alguns momentos pudéssemos deixar de lado toda esta sobrecarga de sermos nós mesmos aos olhos dos outros. Mesmo que seja no escuro do quarto, às portas fechadas, em momentos quietos e tranquilos... Momentos nossos, sendo um pouquinho o que a gente é, sem medo de ser assim... Deste jeito. Seja ele qual fôr.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Reverenciando a vida...

Tantas coisas são possíveis... Além de tudo o que podemos imaginar. As surpresas nos pregam mais do que o inesperado. Nos dão um novo sopro, uma nova perspectiva de todas as coisas. Valorizo mais a vida depois que o meu avião quase caiu. Valorizo mais a vida depois que meu marido enfartou. Olho as coisas de outra maneira. Elas tem outro sentido. A vida tem outro sentido. Como se outras chances fossem dadas toda hora e só em alguns momentos percebemos isto. Porque viver é muito bom. Viver é especial. Estar rodeado de quem amamos, de quem queremos bem... São doses diárias de felicidade. Estas doses sempre me alimentaram, só que, com o passar do tempo a finitude vai nos mostrando que, cada minuto é fundamental. E, mais do que isto, não é clichê acordar e esperar o que a vida tem para nos oferecer. Viver e reverenciar a vida... Não é clichê. É vida! A pura e maravilhosa forma de viver. Viver com intensidade. Viver com paixão. Viver com alegria. Estou aqui, depois de muitos dias sem escrever no blog, só por uma razão: para reverenciar a vida. E reverenciando, quero agradecer a todos que fazem parte dela. Pessoalmente ou por aqui, nas páginas virtuais que muito me alegram. E, dão, também, significado para o que a vida me oferece. Oferece vida. Oferece vocês. Oferece a alegria de escrever por aqui...