segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sol e Livros!

Quem disse que dia de sol é dia de rua? A necessidade de sair correndo e fazer alguma coisa, em dias de sol, está virando uma coisa patológica. Explico. Dias de sol, dias nublados, frios ou quentes são dias de leitura. O prazer de um bom livro aumenta a alegria dos dias ensolarados. A Feira do Livro da minha cidade está movimentadíssima em dias ensolarados. As pessoas pelas escadarias, cantinhos da praça, bares e jogadas pelo cais do porto com um bom livro nas mãos. O calorzinho do sol, o dia claro e o canto dos pássaros, fazem um fundo para a alegria da degustação das letras. Estou por aqui, aproveitando o que a vida me ofereceu hoje. Sol, céu em esplendoroso azul e a redescoberta da Simone de Beauvoir. Havia esquecido o quanto gosto desta leitura. Fui arrebatada pela "Cerimônia do Adeus" e, depois, ao longo da faculdade li tudo que Simone de Beauvoir publicou. Exceto "A Mulher desiludida". Ganhei de presente de aniversário das minhas filhas. E estou degustando. Não é uma leitura para ser devorada. É uma leitura para a calma, saboreando cada palavra... Esta é uma leitura para dias de sol, chuva ou vendavais. Sol e livros são uma combinação perfeita. Pode acreditar.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tédio!

Tédio: sensação de enfado.
Enfado: sensação de tédio.
Ah! Então está bom. Era exatamente isto que eu sentia e buscava... Procurando no dicionário, alguma outra palavra que pudesse expressar o que é o tédio, me deparei com esta máxima. Claro que no Mini Houaiss. Então, resolvi pegar o amansa burro mais maravilhoso - O Aurelião - e o que encontrei? Aborrecimento, fastio, nojo, desgosto... Está aí a comprovação de que o Aurelião reina absoluto no mundo dos dicionários. E, é claro, está aí, também, a solução para acabar com o tédio. Correr atrás de palavras que o definam. Ficou mais interessante fazer trocadilhos com o fastio, a náusea do nojo, o aborrecimento tedioso e, finalmente, o desgosto. Nada pode ser mais tedioso e absurdo do que o tédio. Ele se instala em momentos em que a gente esqueceu o livro e foi à Caixa Econômica Federal. Se instala em um engarrafamento, quando a gente tirou a parte da frente do som(para não ser roubado), colocou dentro da bolsa e... Trocou de bolsa. Engarrafamento sem música. Ele se instala quando a gente fica escutando aquela conversa mais chata, que não te interessa em nada e o sorriso insiste em se instalar no teu rosto. É o tédio da face. Dói de todos os jeitos. Mas, principalmente pelo tempo perdido na baboseira. Há quem diga que dias de chuva são tediosos. Já não posso compactuar completamente com esta afirmação. Há dias em que a chuva é inspiradora. E, como tudo na vida, há dias em que ela te força a procurar uma boa programação na tv. Tarefa árdua! Mas, escrever por aqui me deixa tão feliz, mas tão feliz, que vou precisar comprar um dicionário de sinônimos para expressar melhor a alegria de não sentir tédio.

É Primavera!

Tarde de sol!
Primavera!
Ventos e aromas.
Grama verde e o canto dos pássaros.

O céu em azuis indescritíveis.
O ar denso de tantos perfumes...
Jasmim, gérberas...
Uma laranjeira em flor me inunda.

O sono pesa em meus olhos.
Adormeço na rede.
Os pássaros seguem em sua cantoria.
E viajo para tão longe, tão longe...

Que desperto no inverno da minha alma!

Descompasso!

O homem caminha solitário.
Seu olhar reflete o vazio.
Seu andar, o descompasso
No ritmo feliz do dia...

domingo, 23 de outubro de 2011

O sol se põe...

Areia em tantos tons...
A água bate em meus pés.
Às vezes, azulada.
E o céu possui uma imensa bola.
Uma bola de fogo que se põe.

Se põe ao fundo de todas as coisas.
O rio. O lago. O Guaíba...
Tons de vermelho, laranja e lilás
Colorem o céu
Tantas cores...

E o céu escurece.
Estrelas tímidas surgem ao meu olhar.
A lua. Outras cores. Saudade do sol...

Eu me ponho aqui.
Me escondo atrás de todos os tons...
Me acalanto na lembrança do calor
Que se pôs ao fundo e eu vi.

O sol se põe!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Coisas pelas quais vale a pena viver...

Dias de sol. Céu azul. Cuidar o jardim e esperar pela chegada dos afetos. O que pode ser melhor do que isto? As flores caídas pelo chão e o gramado recebendo tons de rosa. O vento da primavera dando uma sacudida na vida. Meus sobrinhos chegando aos gritos, pulando e me abraçando. Carinho de criança. Verdade de criança. As coisas ditas e o afeto recebido. Depois a chegada das filhas. Histórias do dia. Risadas. Mais abraços. Vale a pena viver cada instante com a certeza de que eles são especiais e felizes...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Para o Carlão!

Através destes suspiros roucos e loucos
Procuro casas vazias e almas abandonadas.
Onde a vida surge como no passado.
E o tempo perde o limite ao teu lado.

Através destes suspiros roucos e loucos
Um homem abandonado e um sorriso esquecido.
Através do choro e escombros
Procuro ruas de flores e casas iluminadas.

Olho, através destes suspiros loucos e roucos
E encontro teu caderno de escritos, empoeirado
Ao lado da janela iluminada...
E o teu sorriso silencia o que está ao redor.

Esta Canção!

Posso cantarolar.
Esta canção...
Esta canção seguirá por aqui
Quando eu não puder mais cantar.

Posso cantarolar.
E depois tu seguirá cantarolando.
Esta canção seguirá por aqui.
Quando eu não puder mais ouvir.

Esta canção está aqui.
Agora. Neste instante
em que canto com a alma livre.
Esta canção que seguirá por aqui...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Todas as coisas possíveis...

Todas as coisas são possíveis, desde as mais rotineiras e simples, até as devastadoras e transformadoras da alma, do comportamento, das certezas... A vida nos oferece diariamente coisas muito especiais. Às vezes esquecemos de olhar com atenção para estas pequenas coisas. E outras nos impressionamos com todas as que perdemos. Falta de tempo ou interesse? De repente, uma caminha pela beira do Guaíba, de mãos dadas com o marido, com todo tempo do mundo para contemplação, pode ser o ponto alto do dia. Olhar os casais mais improváveis, as pessoas se relacionando com seus bichos de estimação ou as crianças sendo carregadas aos gritos de uma mãe histérica sem paciência... Todas as coisas são possíveis durante uma caminhada. O vôo solo de uma ave. Observar a parada para a foto. A gargalhada de uma criança. O encontro de velhos amigos falando, as berros, sobre suas doenças e dores, em meio às gargalhadas. Os diversos jeitos de corridas das pessoas. Existem pessoas que não flexionam as pernas, outras correm tortas, outras saltitantes e algumas gemem... Gemem muito. Sofrem aos pingos de suor. E eu, em todas as coisas possíveis, estava me sentindo feliz e em paz por olhar ao redor, sentir o vento fresco da primavera e, ainda, sentir todos os aromas de flor espalhados pelo ar. Amoras despencando das árvores e nos deixando parar, comer, olhar e viver... Todas as coisas possíveis. Pequenas, grandes, intensas e verdadeiramente puras na sua simplicidade.

domingo, 9 de outubro de 2011

Arrependimento!

Arrependimento...

Por mais que o arrependimento não faça parte do meu vocabulário, às vezes ele se apresenta. Mas, tenho deixado por aí, as coisas que faço, publico e me arrependo. Como um aviso. Está alí: Olha, tem um desafio pela frente. Aquele bom desafio de fazer melhor...
Ontem, postei por aqui uma " coisa" doente, sobre a dor no corpo, medos, alma carente e o que valha... Postei, olhei, li e reli e, verdadeiramente, achei péssimo. Mas está ali. Parado. Para críticas, risos e observações pertinentes.
Às vezes me arrependo do que digo. Falo mais do que devo. Tenho controlado porque já fui bem mais " Ofélia" do que agora mas, ainda falo demais. Não internalizei aquela que diz que temos uma boca e dois ouvidos... Fica a dica!
Às vezes me arrependo do corte de cabelo, da cor da tintura e do modelito escolhido. Já rasguei muita foto para esquecer estes arrependimentos. E continuo cometendo atentados contra meu pobre cabelo.
Às vezes me arrependo de uma compra desnecessária. Me arrependo de sair com o pior sapato do mundo e deixar meu pé em estado de calamidade... Quando é um pé que fica assim, já é lucro. Mas o pior arrependimento é de não colocar o sapato para reciclagem...
E as escolhas? E os locais de viagem? E a escolha das companhias? E o arrependimento de ter deixado para trás tantos amigos queridos, perdidos pelas distâncias e displicência?
O arrependimento não faz parte do meu vocabulário, é verdade, ele só tem outro nome. Se apresenta como: Bah! Que vacilo!!!!  Ou: Não acredito que fiz isto de novo? Ou ainda, o mais atual: Como foi que escrevi isto? E por que?????
Aqui, neste espaço que tanto aprecio e valorizo, coloco a minha alma aberta, escancarada dizendo: a vida me ofereceu hoje mais um aprendizado.

sábado, 8 de outubro de 2011

Quando o Corpo Dói!

A cabeça pesa no travesseiro
O corpo demora para despertar
Os olhos lacrimejam
O nariz arde
A cabeça em chamas
Anuncia que o corpo adoeceu.

E a cabeça cansada
Doente voa em pensamentos
Em dores...
Em sustos diários
Em medos
E em doses de coragem

O corpo precisa de uma sopa
Precisa de remédios
E a vida vai demonstrando a nossa finitude
O valor que precisamos dar
Aos pequenos detalhes,
Às pequenas alegrias

E o abandono da cama
Reforça a necessidade...
Aquela necessidade de viver intensamente!