quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Como a nossa vida é...

Como nossa vida é? Como nossa vida tem sido? Recebi uma série de mensagens e comentários sobre o que escrevi anteriormente. E, na maioria deles as pessoas me disseram que a sobrecarga está em se reinventar diariamente. Ser além do que se é verdadeiramente. Ou, nas palavras do meu querido amigo poeta Carlos Pereira, "abdicamos de tantas coisas para nos tornarmos o que somos que no final de tudo já não sabemos quem somos". Como assim? Este mal é meu, teu, nosso? Como a nossa vida seria se estivéssemos prestando atenção nela? Porque esta sobrecarga foi colocada por quem? Por nós? Quem exige mais de nós do que nós mesmos? Quando abdicamos, abdicamos por quem? E por que? Depois de ler todas as mensagens fiquei pensando no quanto desperdiçamos... Quando imaginamos que a sobrecarga é de fato dolorosa, ou sobrecarga... Uma senhora bem objetiva, em um café, hoje de tarde, depois de ser muito mal atendida me disse: " filha, as coisas são do jeito que são..." e conformada com nem sei bem o que ela seguiu em passos lentos. Eu só conseguia pensar no que seriam "as coisas" e no " por que seriam como são". Estar inconformada é um estado de espírito constante. Estar em dúvida e precisar mudar a todo instante faz parte de mim desde sempre. E, na verdade, eu não sei quem eu sou. E nem sei se quero saber. Mas sei que não abdiquei de nada. Fiz escolhas. Com toda liberdade que tive para fazê-las. Em cada escolha tive a oportunidade de ficar satisfeita ou não, de me arrepender ou não. Mas eu as fiz. Cada uma delas. Sou em parte, fruto do que escolhi e, em parte, resultado do que tento transformar. Em mim, em todas as coisas... Quando penso no peso de sermos o que querem que sejamos, penso na decepção que podemos causar aos outros. Posso não ser a filha que minha mãe sonhou. Posso não ser a mãe que minhas filhas sonharam, posso não ser uma porção de coisas. Mas, ao mesmo tempo, posso me reinventar, com todas as possibilidades de aprendizado. O que vi dos outros. O que vi de mim. O que sonhei. O que frustrei. E, posso, amanhã, pensar completamente diferente, porque alguém com argumentos poderosos pode me convencer do contrário. E, talvez aí esteja uma das maravilhas da vida... As inúmeras possibilidades que se apresentam diante dos nossos olhos. E com elas? Sim, com elas decidimos o que fazer. Vivê-las, ignorá-las... Ou até ficar por aqui, abrindo o coração em divagações e dúvidas... 

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