terça-feira, 21 de agosto de 2012

Breve vida!

Sair de casa é sempre desafiador em uma grande cidade. São tantos carros, tantas pessoas, tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Nossa atenção se pulveriza. Aviões pelo céu, em seus ruidos ensurdecedores. As buzinas abafando todos os outros sons. As pessoas não falam, gritam. Os passos são firmes. Tudo faz barulho. E uma simples caminhada pela Enseada de Botafogo ganha um ar de aventura. O tempo para atravessar a rua... Quanto tempo...  Os carros que insistem em não parar no sinal vermelho. E o céu azul espetacular, o mar espelhado, seguem esperando, do outro lado, o meu olhar, quase exausto. Cansa esta corrida de obstáculos. E fico com saudade da zona rural de Porto Alegre, com toda sua calmaria e silêncio. Os passos das pessoas, os latidos dos cães, o assovio do meu vizinho passarinho... E a beleza e encantamento desta cidade maravilhosa fica nebulosamente escondida pela quantidade de gente que se esforça em estragar tudo isto aqui... Claro que não dá para andar de carro sem fazer barulho. Mas precisa buzinar tanto? E os gritos? Os atropelos? A agitação quase natural de quem nem enxerga mais a beleza do entorno? Sair de casa é uma aventura desafiadora quando precisamos nos armar de coragem para atravessar a rua, nos protegendo de homicidas em potencial. E fico buscando a gentileza das pessoas. Um pouco de alguma forma de delicadeza. Por favor! Onde está? Não é possível que estas coisas sejam esquecidas... O dia está espetacularmente lindo. Claro. Temperatura amena, com um vento que sopra do oceano, delicado, nos cabelos... E as pessoas apressadas, nem percebem. Tropeçam na falta de sentido que estão dando às suas vidas. E, é possível perceber isto em uma cidade grande, mais do que em cidades menores. Apesar de que este é um mal da era. Esta era de maluquices extremas, da eterna falta de tempo para as pequenas e leves coisas da também leve e... Breve vida!

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