quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Meu Gato!!!!!!!

Há muito tempo... Exatamente há sete anos atrás, ganhei um gato. Ou melhor, há sete anos atrás a minha filha ganhou um gato. Chegou bem pequeno, vesguinho, olhos azuis, numa linda mistura de siamês e qualquer outra coisa... Ficava fazendo xixi no jornal até descobrir como pular a caixa de areia. Amava escalar a rede de proteção. Amava papel. Enquanto alguém lia o jornal ele ficava por ali, batendo com a patinha.... Foi crescendo e arranhando o sofá, fazendo xixi no tapete e se enroscando nas minhas pernas. Mordia e arranhava todo mundo, quando provocado em brincadeiras de puxão e cócegas...  Menos eu. Nunca me arranhou, nunca mordeu... Dormia no meu colo e me amava. Me olhava com amor. E eu passei a amar aquele peludinho vesgo que, ao longo de sua vida, fez xixi em todos os meus tapetes. E eu repetia o mantra: "banheiro não é ligar de gatinho... tapete não é caixinha de areia..." Ele nunca me ouviu. Só fazia o que queria. Tomava água na torneira e comia o sachê de comida porque miava até ser atendido. Depois dormia nos meus pés, no meu colo ou tão perto de mim que, infelizmente, pisei nele inúmeras vezes... Ele olhava para mim e seguia me segunido... Eu brigava, reclamava e lavava tapetes, incessantemente. E eu descobri que ele era meu dono. Porque gato é assim. ele esfrega o rosto em ti e te marca como posse. Eu alimentei, amei, cuidei e o que recebi de volta? Parceria, amor, carinho, conforto na doença, lambida nas lágrimas e um afeto incondicional. Recebi a parceria de um amigo. Aquele tipo de amigo que está ali, gruda em ti, no silêncio do amor. E, no mesmo mês que o meu gato Gaspar nasceu, lá em 2004, morreu. Dia 31 de julho. Primeiro ele fez uma coisa inédita. Pela primeira vez na vida saiu de casa. subiu o muro e foi embora. Voltava para comer e sumia de novo. Até que não voltou. Me chamaram. Reencontrei o meu parceiro, fraco e sem força. Levei ao veterinário. Ele aceitou tudo que fizeram com ele. Até que deitou na minha mão, num último momento de vida e amor. Aquele amor que trocamos ao longo destes anos. Recebi meu gatinho de estimação dentro de um saco de lixo. Sem cuidado, sem carinho. Senti uma dor tão profunda que meu peito doía mais do que posso descrever. Peguei no colo. Abracei. Chorei e solucei. Embalei no tapete preferido e... Enterramos nosso gato no jardim, embaixo da minha Acácia cheia de flores amarelas e perfumadas. Enterramos. A Laura buscou uma pá e começamos a tarefa de abrir um buraco. A Luiza estava ali com toda a sua dor, a Laura com toda a sua dor e, até a minha mãe, que sempre fez de conta que não se importava muito com ele. Enterramos debaixo de uma chuva fina e fria, que representava exatamente aquele momento. Entre os pingos gelados da chuva e as lágrimas que se esvaiam de dentro de nós. Me sentia daquele jeito. Gelada, com frio e desamparada. Meu Gato morreu. E meu coração ficou em pedaços...

7 comentários:

  1. "A morte é apenas uma travessia do mundo, tal como os amigos, que atravessam o mar, e permanecem vivos uns nos outros. Porque sentem necessidades de estar presentes, para amar e viver o que é onipresente. Nesse espelho divino, vêem-se face a face; e sua conversa é livre e pura. Este é o consolo dos amigos e embora se diga que morrem, sua amizade e convívio estão, no melhor sentido, sempre presentes, porque são imortais."
    William Penn

    Meus pensamentos estão com vcs. Minhas orações tb.
    Mariana

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  2. Não teria como descrever melhor, nem o quanto ele era amado e querido quando vivo nem o pior momento dos últimos tempos pra nós. Cabe muito amor dentro da gente e quanto mais o tempo passa, mais eu vejo que cabe muita saudade tb....Dále, Gasp!!! Baita de um bicho! Te amo, manhê!

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  3. Corina, eu entendo tanto o que você descreveu!
    Seu relato me emocionou muito. Lamento pelo Vesguinho e fico agora com a Finha, que me deixou também depois de 7 felizes anos, nos meus pensamentos.Esses amigos são transformadores!
    Beijos!

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  4. É Koka, não tem como a gente não se apagar a estes bichinhos que a gente briga, briga e eles estão ali nos dando sempre carinho. Também vivo as voltas com meus cães, digo a cada um que parte, que não quero mais... mas quando me dou em conta lá está mais um filhote dentro de casa, no sofá, no colo, fazendo o que querem de nós e nós... voltamos a ser crianças e nos entregamos sem medo. Bjs

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  5. Amiga, pois é, e foi ele quem me ensinou a conhecer e gostar de gatos.Lembras quando marquei minha viagem prai te perguntei, vcs ainda tem o Gaspar?? Agora ele fiva nos nossos corações, nas nossas lembranças.
    bjss
    adoro vcs
    com carinho
    sandra

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  6. Como é bom ter amigos... Obrigada, queridos, pelo carinho. Corina

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  7. o QUE DIZER SOBRE ISSO? MELHOR SUGERIR UMA BOA LEITURA SOBRE HUMANOS E GATOS, SOBRE OS FELINOS DE HJ E E DE ONTEM QUE NOS DECORAM A VIDA COM SUA PECULIAR MAGIA... FALO DE "O GATO POR DENTRO" DE WILLIAM BURROUGHS. UM LIVRO MÁGICO PRA QUEM GUARDA DENTRO DE SI A IMAGEM DE UM COMPANHEIRO FELINO...

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