quinta-feira, 12 de julho de 2012

O NADA e nada mais...

Tantas coisas a serem feitas... Tantos livros para serem lidos. Tantos filmes para serem assistidos. Tantos Museus, Galerias, Clubes, Casas se Amigos, Parques, Praças e o NADA...Por que temer o NADA? O vazio? Existem religiões que se propõem a isto. Encontrar o vazio e descobrir o EU interior e blá blá blá... E ficamos correndo atrás do próprio rabo? A minha gata faz isto. Fica muito tempo intrigada com o próprio rabo e, muitas vezes se irrita, com aquele corpo que não identifica como seu. Viu? Nem somos tão racionais assim. Brigamos internamente com tantas partes que não identificamos como nossas. É só ficar com a tv ligada para descobrir os anseios( e são tantos) da humanidade. O corpo, o peso, a juventude, as cores que ficam bem com tal tom de pele, a sexualidade, a maternidade, a paternidade, a liberdade, o preconceito... E tudo isto em pacotes de minutos, com graça e superficialidade que, é óbvio, não dá conta de absolutamente nada. Porque a existência não é superficial e as nossas preocupações não são de fato o que a mídia nos mostra... (Mas isto é outra coisa) E segue a perseguição ao próprio rabo. Claro! Como daremos conta do NADA? Aquela sensação clássica de que NADA é suficiente. Aquela sensação de que poderíamos ter mais alguma coisa. E não digo mais um carro, ou casa, ou bolsa... Estaria no pacote dos minutos de superficilidade de soluções. Digo que esperamos mais da vida da gente. Fazer mais com o tempo. Ou fazer com que o tempo tenha uma durabilidade maior qualificando-o. E talvez aí é que entre o NADA. Ficar sem fazer NADA, nesta sociedade absurdamente atribulada pode te dar um novo sentido para a vida. O sentido da escolha. Ôpa! Vou escolher o que fazer. Hoje não quero correr atrás do próprio rabo, quero me comportar como um ser racional, sem perder a INTUIÇÃO. Quero colocar o pé na terra, brincar de mulher das cavernas. Ficar quieta e descobrir que ouvindo o canto dos pássaros, olhando um pouco o céu, deixando o sol aquecer um pouco a face, sentindo o aroma das flores e ouvindo a própria respiração é possível, e digo POSSÍVEL, que eu encontre algum sentido nesta corrida desenfreada a que as pessoas se propõem, enquanto o tempo passa em velocidade vertiginosa. E é possível que eu faça todas as coisas que precisam ser feitas com mais cuidado e mais calma. Vivendo mais intensamente, desde o café da manhã, às responsabilidades do dia a dia, até os prazeres diários que, muitas vezes nem percebemos o quão prazerosos são. Então, convido vocês a uma parada estratégica. Só um pouco. Onde vocês estiverem. Prestem atenção na própria respiração, olhem ao redor, com ternura e encantamento e descubram pequenos prazeres nestes minutos relâmpagos que não podemos perder. A vida quando não apreciada é desperdiçada. E parar um pouco e fazer NADA, descobrir o NADA ou buscar o NADA lá no fundinho... Faz tanto pela gente... Sei disto. Descobrimos coisas inacreditáveis que somos capazes. Olhar ao redor é perceber o que a vida tem para nos oferecer, não como uma dádiva, algo divino, mas como algo que nos damos diariamente. São pacotes nossos que esquecemos de desembrulhar. Saímos da cama com muitos objetivos, muitos compromissos, muitas coisas...É a urgência da vida. Toca um alarme estridente te avisando que está na hora de despertar... O silêncio! Viver! E saber viver! Viver intensamente e não querer mais NADA!



Um comentário:

  1. Casas de amigos... Erros de digitação e a pressa da vida sempre surpreendendo...

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