quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Borboletas!

Tenho um encantamento por borboletas. De uma lagartinha feinha e sem graça saí um bichinho lindo. De asas coloridas num vôo pelos jardins floridos. A-do-ro! Um dia destes, enquanto falava com a minha mãe ao telefone, entrou uma linda borboleta amarela na sala. Fiquei feliz e super empolgada. Contei para a minha mãe e narrei a beleza e o vôo dela pela minha casa. Mas, de repente, a minha gata em um salto ninja abocanha a borboleta. Pois é!
Talvez seja daí o meu encantamento. Como é efêmero o vôo da borboleta e toda a sua beleza. E como é efêmera a nossa vida. Somos lagartas e borboletas e desaparecemos em um salto.
Toda a transformação que passamos ao longo da vida é uma legítima metamorfose. Pena que não alçamos vôo livre quando nos transformamos em borboleta. Ficamos por aqui, enraizados no chão. Talvez um breve vôo rasteiro e só. A metamorfose passa desapercebida.
O Rubem Alves escreveu uma coisa muito interessante sobre a vida... "Gosto de ver casulos de borboletas. Lagartas feias que adormecem, esperando a mágica metamorfose. De fora olhamos e tudo parece imóvel e morto. Lá dentro, entretanto, longe dos olhos e invísivel, a vida amadurece vagarosamente. Chegará o momento em que ela será grande demais para o invólucro que a contém. E ele se romperá. Não lhe restará outra alternativa, e a borboleta voará livre, deixando sua antiga prisão... Voar livre, liberdade." (Rubem Alves em Reverência pela Vida).
Fazendo uma analogia, desejo que possamos sair deste casulo bem antes do que o esperado. Desejo despertar do sono de lagarta e desbravar os lindos jardins espalhados pelo mundo. Só que, ao contrário das borboletas, não pretendo um vôo solo. Quero voar em bando como as andorinhas, com a leveza e beleza das borboletas. Será que é desejar demais?

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