quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O Guaíba!

Logo cedo busco com o olhar as águas do Guaíba. Como se seu humor pudesse determinar o meu ao longo do dia. Tem uma névoa que impede a visão do outro lado do rio. As águas espelhadas não definem a cor do dia, nem tão pouco anunciam o sol quente que virá. Paro alguns instantes para olhar com atenção o que vejo sempre e, não canso de olhar. Até mesmo quando estou a quilômetros de distância estas águas me regem, me movimentam, me compõem de alguma maneira.
Quando pequena brincava em Belém Novo. Subia em árvores imensas. Figueiras de grossos galhos. Ficava por lá, no alto, buscando equilibrio entre uma fantasia e outra. Era a mocinha ou a bandida nas brincadeiras. Sempre tinha alguém para me salvar ou abater. Brincávamos pendurados nos galhos daquelas árvores. Meus amigos e eu. Saudade deles.
E, lá do alto, o Guaíba me contemplava. O sol se punha em bola vermelha colorindo todo o céu. Ou, às vezes, se punha triste atrás de alguma nuvem que teimava permanecer por ali. E eu olhava encantada. E me encanto até hoje.
Quando o Guaíba escurecia era hora de descer da árvore. De se despir do personagem. Era hora do banho e do jantar. Lá de longe esperava o reflexo da lua naquelas águas tão reconfortantes, me despedia, de mais um dia de alegria e aventura.

Um comentário:

  1. Possíveis aventuras impossíveis a beira do rio !
    Impossíveis vivências possíveis a margem do rio!
    Possíveis cidades impossíveis a beira dos rios !
    Etc . . . Beijão ! !

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