sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O que eu queria ser...

Estava assistindo um filme: "Com amor da idade da razão" de Andre-Paul Ricci e Yann Samuell, e senti uma vontade súbita de viajar pelo tempo. Voltar até onde lembro... O que eu queria ser?O que eu queria ser quando tinha 5 ou 6 anos? Professora? Princesa? Heroína? Mãe? O que eu esperava de mim? Que tipo de sucesso? Ouvi, ao longo da vida, um amontoado de possibilidades. Minha mãe queria que eu fizesse Direito. Meu pai não sei bem. Aliás, nem lembro se ele tinha alguma expectativa em relação a mim. Vivia em um mundo todo dele. Eu fui crescendo e fazendo o que desejava no momento. Quando estudava no Sévigné, brincava de professora. Tinha cadernos, quadro e tudo mais. Fazia letras diferentes, em diferentes cadernos, como se fossem de alunos e eu precisasse corrigir. Errava algumas coisas e marcava com caneta vermelha. Lembro nitidamente disto. Depois eu fui Executiva. Tinha escritório e empregados. Tive uma longa fase de heroína. Subia em árvores e liderava revoltas, guerras e outras coisinhas mais... Fui crescendo e subi em uma bicicleta e depois fui dançar. Saí. Tive turmas imensas. Me preocupei com o mundo,  com as injustiças e a política. Escolhi fazer Ciências Sociais. Fiz parte de tantos movimentos e andei por tantas passeatas e reivindicações...  Acabei escolhendo a profissão de infância. Me tornei professsora. Amei minha profissão. Casei. Tive filhas e resolvi, em uma atitude inesperada por todos familiares, virar mãe. Em tempo integral. Cuidei, amei, protegi e vi crescer as minhas lindas filhas. Depois voltei a lecionar e cuidar da vida profissional, com elas ao meu lado. Já crescidas e preparadas para caminharem por aí. Se me perguntarem o que eu queria ser? Posso responder que, entre tantas coisas, o que mais desejei foi ser mãe. Se me perguntarem se a vida que vivo foi a vida que desejei? Então responderei, sem sombra de dúvida que, a vida que escolhi foi a que desejei. Foi a vida que construí e sigo construindo. Alguns ajustes. Alguns tombos. Um saldo pequeno de decepções. Muitas alegrias. E, venho ao longo dos meus dias, seguindo a risca um conselho que sempre dei às minhas filhas: temos um compromisso inadiável com a felicidade. E, com certeza, precisamos firmar este compromisso SEMPRE. Com força e persistência. O que eu queria ser? Aquilo que sou? E tu?

2 comentários:

  1. Eu sou tua filha!!! Faço parte dessa história. Nós somos a história! Adorei o filme também! E te amo muito!!!

    ResponderExcluir
  2. eu me faço no vento do tempo e das coisas sem vestir perfeitamente meu rosto entre as ruinas do mundo vivido e codificado como experiência linguistica...

    ResponderExcluir