sábado, 18 de junho de 2011

Arrumar as gavetas...

Arrumar as gavetas pode servir de metáfora para uma porção de coisas. Quando precisamos revisar coisas, arrumar as bagunças interiores e, eventualmente, arrumar as gavetas de forma literal. As minhas gavetas são muito importantes. Nelas vou guardando as notas de compras, reportagens que acho que precisarei um dia, coisas que estão fora do lugar e próximas das gavetas, um pouquinho de mim e, eventualmente, as coisas que precisam ficar dentro delas. E, num determinado dia preciso abri-las e organizá-las. Sinto um certo prazer enquanto vou relendo o que está por ali. Separo as notas, amasso e coloco no lixo. Coloco fora as reportagens e vou guardando aquilo que precisa ser recolocado em seus lugares e não nas gavetas. E este processo é uma organização interior. Vou refazendo meus passos em relação às tralhas que teimo em guardar. Por que guardei? De quem ganhei aquelas coisas? Por que aquelas reportagens me interessaram tanto e agora nem sei porque li aquilo? Bobagens... Coisas passageiras. Coisas esquecidas. E vou arrumando as gavetas ao longo da minha vida. E sentindo necessidade de novas gavetas e novas tralhas. E... Tantos acúmulos que me dão uma segurança, uma sensação de existência. Breves devaneios eventuais.

Um comentário:

  1. " Vasculho as gavetas de todo meu coração " (Claudio Amaral - um poeta de petrópolis(o bairro))

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