sábado, 4 de junho de 2011

Coisas do Rio...

E as sirenes tocaram. O trânsito ficou caótico. A cidade estava nervosa. Uma manifestação dos bombeiros da cidade do Rio de Janeiro acabou em invasão do quartel central e ocupação do Bope... Justificou o nervosismo da cidade. E eu justifiquei a escolha de ficar em casa. É mais ou menos assim: quando a coisa fica esquisita a gente se recolhe. É lastimável que este tipo de coisa aconteça. Lastimável que aconteça em um Estado democrático. Lastimável que submetam crianças pequenas a este tipo de coisas. Na verdade o que me incomodou em tudo isto foi o fato de ninguém achar estranho as crianças estarem na rua de madrugada, submetidas a todo este tipo de tensão. Vivemos em uma sociedade que não cuida das suas crianças. Não as protege. O direito de reinvindicar é legítimo. O direito de manifestar seu descontentamento com qualquer coisa que seja é extremamente legítimo. Mas, usar crianças como barganha, ou como escudo é abominável. E ouvi pouco sobre isto. As pessoas parecem mais preocupadas com a invasão da polícia ou com a questão salarial, não com o estado emocional das crianças, inclusive de colo, neste processo extremamente tenso. Este tipo de coisa não acontece só por aqui, mas por aqui é bem mais comum do que se possa imaginar. E eu sinto imensamente por isto. Acho terrível viver em uma sociedade que não respeita ou protege o direito infantil. O direito básico de ser criança e não estar sujeita a todo tipo de violência e insanidade dos adultos. A vida me ofereceu, no dia de hoje, este momento de profunda indignação, após assistir imagens de crianças submetidas a invasão de um quartel... Uma pena!

4 comentários:

  1. A busca pelo cosmopolitismo, pela contemporaneidade, que animou a conservadora reforma modernista de Pereira Passos, também anima a virtual reinvenção urbana do rio de janeiro em tempos de olimpiada e copa do mundo... De muitas formas o discurso da cidade ofical tropeça o tempo todo na cidade real, onde as pessoas pouco tem lugar frente aos imperativos de uma duvidosa racionalidade adminstrativa. Este episódio dos bombeiros é apenas mais um triste exemplo.

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  2. Ainda sobre esta verdadeira crise institucional ocasionada pela paralisação e luta sindical dos bombeiros, curioso observar que ao longo do dia de hj, pelas ruas do centro da cidade, era possível avistar motoqueiros, taxis e carros de passeio trafegando com uma faixa vermelha amarrada ao retrovisor em resposta ao drama testemunhado nos últimos dias protagonizado por esta categoria que representa talvez o único serviço público cuja confiança e respeito da população sempre foi inquestionável. .. Trata-se de um episódio bastante atípico que ainda não chegou a seus desdobramentos mais significativos na bizarra dialética entre justiça e ordem ...

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