quarta-feira, 4 de maio de 2011

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Eu tenho um amigo muito querido que é descendente de japoneses, que diz uma máxima: tem dias que parecem noites... (Por alguma razão a gente sempre espera algum tipo de profecia dos orientais). E o sentido disto é o fato de que tem dias que são muito mais sombrios do que a gente pode suportar. E não necessariamente porque aconteçam coisas desagradáveis, mas porque, por alguma razão bizarra, ficamos sombrios. A culpa não é do clima, da estação, do turno ou do estado de saúde. Simplesmente acontece. Aquilo que se faz diariamente, de repente não dá certo. A gente fica com pressa porque as coisas não acontecem no ritmo normal. Perdemos as chaves. Esquecemos as coisas. A gente esbarra em conhecidas quinas, como se não soubessémos que aquele móvel estava ali, desde sempre. Deixa cair tudo no chão. E o tempo não passa. É uma coisa muito esquisita que, descobri, acontece com outras pessoas. Não sou a única vítima desta maluquice que se apossa do meu dia. Há outras vítimas. E, por mais que as coisas aconteçam, que a gente faça aquilo que precisa, que a gente cumpra o que se propôs, a sensação é de que vivemos uma longa noite. Hoje, o dia me ofereceu uma noite, e espero ansiosa pelo amanhecer.

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