terça-feira, 10 de maio de 2011

Rio de Janeiro!

Por alguma razão, quando estou aqui, tento ser uma pessoa diferente. Como se o meu eu a beira do Guaíba, de águas doces, precisasse de descanso. Eu preciso ser um outro eu em águas salgadas. Numa cidade de movimento intenso e muitos sons. Desde os sotaques múltiplos até o barulho de todos os ruidos possíveis ao mesmo tempo.
Aqui, eu caminho diferente. Como se fizesse parte da história. Uma coisa mais grandiosa e que exige muito mais de mim. Busco lugares diferentes e faço coisas que usualmente não faria. Caminho muito mais. Faço tudo aos passos. Procuro o céu que vive encoberto pelos imensos prédios. E quando o encontro, vem o Cristo Redentor e os morros em muitos tons de verde. Procuro a água salgada e sua imensidão. Será que é por causa destas águas que me sinto tão pequena? Ou fico diminuta diante da multidão?
Por alguma razão, quando estou aqui, preciso ler a Clarice Lispector. E ela vai me apresentando a mim mesma. Com toda redundância que cabe aqui. Entre as suas palavras encontro: "Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão." Sou eu! Aqui, desajeitadamente tentando alçar vôo. Eu, aqui, inacabada na minha escrita.

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