domingo, 15 de maio de 2011

Literatura!

A Veja desta semana trouxe um presente especial. Uma longa matéria sobre os novos leitores, uma nova literatura, bem mais democrática. Ler é o que conta. Desenvolver o hábito é um processo lento e diferente para cada pessoa. Há os que começam cedo, com Monteiro Lobato e outros clássicos juvenis. Outros começam com os bruxinhos e sagas de vampiros. Tudo vale. Desde que a leitura seja um ato prazeroso. Eu comecei com "Meu Pé de Laranja Lima" e, foi tão arrebatador, que guardo o livro comigo, até hoje. Está velho, gasto e escrito em um português que já passou por duas reformas ortográficas. Uma relíquia. Criei, com ele e através dele, uma paixão pela leitura. O tempo acentuou a necessidade de ler. Quando eu era mais jovem lia bem menos. Tinha "menos tempo". Pelo menos era o que eu imaginava. Mas sempre lia. De um tempo para cá fiquei angustiada. É que não li absolutamente nada em comparação a tudo que desejo ler. São muitos clássicos, muitos lançamentos e tantas coisas impressas cheias de curiosidades e prazeres... Fiz uma lista. Todo ano escolho uma série de livros. Vou lendo e marcando as minhas impressões. Claro, que surgem novos livros, indicações e tal. A minha lista acaba cresecendo bastante. O que, na verdade, é perfeito. Estou me tornando uma leitora melhor. E os livros me completam de todas as formas possíveis de serem descritas. Atualmente sigo com a Clarice Lispector na cabeceira. Releio o que já li, dela. São livros que mexem comigo. Me desestabilizam... Gosto de me sentir assim. Desafiada. Aqui, ao meu lado, está o "Outros Escritos". É uma reunião de textos inéditos. Mostra uma Clarice no tempo da faculdade, na juventude e a famosa entrevista que ela deu ao Affonso Romano de Sant'Anna. Um livro para ler com calma. Mostra uma Clarice iniciante que, na verdade, é perfeita. Tinha o dom da escrita. Transforma qualquer história em um acontecimento... Eu, recomendo a leitura. Qualquer coisa que dê prazer e que te motive a sentar e parar um pouco, em um outro mundo, em um outro tempo. Crescendo através das palavras.

2 comentários:

  1. Tia, me identifiquei demais com esse post. Na hora de escolher meus livros eu sou bem eclética, vou desde Jane Austin até Kafka. Passo pelo maravilhoso García Márquez, por Tolkien, Nelson Rodrigues. Mas não para por aí, tenho um gosto especial por livros infantis.Amei Alice no país das Maravilhas, e As Crônicas de Nárnia. E ninguém entende muito bem esse meu gosto estranho. Você não é mais criança!Vá ler livros apropriados para a sua idade!
    Mas aí um dia lendo justamente As Crônicas de Nárnia, C. S. Lewis fez uma comentário com o qual passei a compreender melhor os caminhos que trilho como leitora, e que também se encaixam, acredito eu, com o que você disse aqui.Era mais ou menos assim: " Nenhum leitor que se preze, avança obedientemente, de acordo com um cronograma. Acho que no decorrer de nossas vidas temos a necessidade de ler certas coisas independentemente da compatibilidade da faixa etária do livro com a nossa. Quando eu era apenas uma criança eu li e adorei o livro "O exorcista" e outro dia mesmo me deliciei com " As aventuras de Tom Sawyer", ambos aparentemente inapropriados para a minha idade no momento.
    Conheço pessoas que, cheias de preconceito, estão mais preocupadas com rótulos e classificações do que com o prazer único que um bom livro pode nos oferecer.
    O meu gosto pela literatura começou antes mesmo de aprender a ler. Quando eu tinha uns 4 ou 5 anos eu folheava as histórinhas da turma da Mônica e tentava criar um enredo para elas de acordo com as figuras. E o meu primeiro livro foi "Jibobinha", um livro sobre uma jibóia que vivia na floresta, mas que era muito boazinha e sofria com o medo dos outros animais. Ambos serviram muito bem ao propósito de me divertir e instigar a vontade de conhecer outras histórias, me transformando na leitora assídua e sedenta que sou hoje.

    ResponderExcluir
  2. Os livros são maravilhosos. Existe uma metáfora que aprecio muito: "Minha casa é erguida com tijolos de livros". Me sinto assim, vivendo entre livros, me compondo com eles e através deles. Construindo junto com o meu mundo, muitas paredes de livros, que revestem a minha alma, a minha vida.

    ResponderExcluir