domingo, 20 de maio de 2012

Muito obrigada, Tom Jobim!

"Da janela vê-se o Corcovado, o Redentor que lindo..." O Tom já disse, e eu cantarolo sempre que saio de casa e vejo o Redentor... Que lindo! Foi isto. Abri a janela e contemplei a Enseada de Botafogo com todo seu esplendor. Barquinho bucólicos no balanço do mar. Um povo uniformizado correndo pelas areias alvas e poluídas. O vento. Depois, no final da rua, o Cristo Redentor me contemplando enquanto eu o contemplava... O barulho da vida carioca. Não existe contemplação com silêncio por aqui. A contemplação tem trilha sonora, tem sotaque, tem ginga... E quem não estiver satisfeito que se retire... Mais ou menos, porque não fico muito satisfeita com a barulheira enlouquecida, mas também não me retiro. Não dá. O mar hipnotiza. Fico parada durante algum tempo olhando, sem cansar, o balanço e os reflexos do mar. É uma beleza que não cansa. Descansa a córnea. Descansa a alma. Até a respiração fica contida. O suspiro vem lá do fundo. E depois do suspiro, o contentamento. Porque as belas vistas nos fazem mais felizes. Dão um sentido novo ao dia. A beleza nos enobrece. Dão uma liberdade aos sentidos. Saio e, bem mais leve, dou meus passos pelas calçadas lindas e barulhentas. "Quero a vida sempre assim, com você perto de mim, até o apagar da velha chama..." E sigo cantando Tom Jobim. A trilha das minhas palavras de contentamento pelos meus lindos passeios do dia de hoje. Corcovado de longe, enseada de longe, calçadão de Copacabana bem de perto. Com a brisa do mar, e uma infinidade de turistas. Línguas e sotaques se misturando à minha caminhada. Fui até o Leme. Paradinha no Joaquina e o "doce balanço do mar", mesmo de longe, dando ritmo aos meus passos. "E eu que era triste, descrente deste mundo, ao encontrar você eu conheci, o que é felicidade, meu amor!" Muito obrigada, Tom Jobim!

3 comentários:

  1. Como nas artes marciais Japonesas, em que se usa a força do oponente, a Koka Guerim demonstrou total e absoluto domínio... (Edmundo Renato M de Mesquita)

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  2. Edmundo Renato M de Mesquita, que prazer enorme ler as tuas palavras. Muito obrigada!

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  3. A musica nos define o sentimento de vida e mundo em todas as ocasiões... Acho que, muito por isso, tenho me dedicado as cordas da minha guitarra. A musica é mais precisa do que qualquer palavra na codificação cotidiana de nosso estar e acontecer no mundo.

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