sábado, 19 de maio de 2012

O Cinema de Outrora!

Algumas coisas especiais merecem rituais. Teatro. É especial. E merece todo um aparato, também especial. Informações sobre a peça(É impossível sair para assistir qualquer peça sem um conhecimento mínimo, quem escreveu, quem vai atuar...). Como ir ao teatro? Depende do meio de transporte a escolha da roupa adequada... Sempre tem uma produção especial para o Teatro. Seria a roupa de domingo transferida para o evento teatral? Talvez! Show. Outro aparato... Show de rock necessita de tênis e, dependendo da banda, o tênis pode ser de corrida, passeio... Show de MPB pode ser de  salto. Shows do Caetano, por exemplo, só exigem lenços de papel... Cinema! Ah! O cinema... Este evento, ir ao cinema, necessita de outro tipo de aparato. Tenho uma amiga que tem a bolsa do cinema. O que tem na bolsa? Álcool gel, bala, bombom, salgadinho, chocolates variados e lenço de papel... Precavida! Eu não tenho a bolsa do cinema. Mas tenho o clima do cinema... Dependendo do filme, o cardápio. Com ou sem pipoca. A pipoca doce combina com qualquer comédia romântica. Já a pipoca salgada vale para drama. E os demais gêneros necessitam de toda atenção possível, sem distrações com as mastigações ruminantes da pipoca. Mas, SEMPRE, precisa de um povo educado nas salas de cinema. Não existe nada mais irritante do que gente falando durante o filme. Rindo fora de hora. Comentando aos sussurros... Não sei o que é pior, sussurro ou gritaria. Fico enlouquecida! Tenho vontade de mandar parar tudo, tirar o povo insuportável de dentro e seguir... Não! Não tem clima. Cinema não combina com atitudes autoritárias. Talvez por isto ainda não mataram alguma pessoa por falar durante uma sessão de cinema. Então, apesar do meu amor incondicional pelo cinema, acabo esperando que saia o DVD. Sei, é triste. Acabo sucumbindo. Assisto em casa. Do jeito que eu quero. Sem interferências. Só que fico sem o glamour do cinema. Todo o ritual da compra do ingresso, escolha do lugar, tela gigantesca e o cardápio... Pipoca ou não... é triste abrir mão de um prazer tão especial. Amo o cinema! Só que fico tão irritada que, aquilo que deveria ser um passeio feliz, acaba como uma coisa estressante. Mas insisto! Não tanto como antes. Já fui maior frequentadora das salas de cinema. Agora sou eventual... Mas sou! Resisto! E, mais uma vez insisti. Fui assistir "O Corvo". Todo aparato. Um filme sobre o Edgar Alan Poe... Compra do ingresso, escolha do lugar e, no lugar da pipoca compramos broas de milho. Pois é! Vendem broas de milho nos cinemas cariocas...Mudamos o cardápio. Luzes apagadas. Começou o filme. Conversas, pernas ao ar, risadas, telefones, e uma luz insistente de um celular que, sei lá o que faziam com ele... O filme? Foi ótimo! Belas atuações. Boa fotografia. Adorei o filme. E passei parte do tempo com vontade de estrangular uma guriazinha insuportável que falava sem parar... Tirou os sapatos e colocou os pés ao meu lado. Na poltrona vazia. Deitou no colo de um cara que, também falava e ria sem parar... E eu me pergunto: Por quê? Por que estas pessoas vão ao cinema? O que motiva esta programação? Não assistem o filme, atrapalham os outros e gastam dinheiro... Será que eu estou ficando como aquelas velhas saudosistas? Saudade do tempo que nem pipoca se comia dentro do cinema... No máximo bala de goma. E as pessoas se "comportavam". Lembram do "lanterninha"? O vigilante da moral e dos bons costumes? Acho até graça, mas sinto falta. Poderíamos, nesta onda retrô, voltar ao cinema de outrora... E voltar, quem sabe, a usar termos como "outrora..." 

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